segunda-feira, 21 de março de 2011

A Revolução Americana

                       
Após a consolidação da sua independência, os Estados Unidos vivem um próspero período marcado pelo crescimento de seus níveis económicos e o alargamento de suas fronteiras. No entanto, os projectos de desenvolvimento que nortearam a nação norte-americana acarretaram uma intensa disputa entre os estados do Norte e do Sul.

Os nortistas apoiavam a expansão da pequena propriedade, a utilização do trabalho livre e a diversificação económica. Já os sulistas, defendiam o uso do latifúndio monocultor sustentado pelo uso da mão-de-obra escrava.

Durante o século XIX, essas oposições acabaram impedindo a consolidação dos interesses dos estados nortistas. De forma geral, desejavam o fim da escravidão, para que os mercados consumidores se expandissem, e a elevação das taxas alfandegárias, beneficiando directamente o fortalecimento da indústria norte-americana. Essas medidas eram mal vistas pelos estados do sul, que tinham interesse na manutenção do escravismo e na prática de taxas menores que favorecessem as importações.

A polarização desses grupos políticos acabou sendo organizada com o surgimento do Partido Democrata, representante dos latifundiários sulistas; e o Partido Republicano, defensor das pretensões da nascente burguesia industrial do norte. Em 1860, o representante republicano Abraham Lincoln (conhecido pelas suas veementes posições contra a escravatura) venceu as eleições presidenciais, para o descontentamento das lideranças do sul. Por isso, após as eleições, os sulistas anunciaram o seu desligamento da União e a criação dos Estados Confederados da América.

 
Os Confederados tinham o claro objectivo de preservar os seus interesses e, para isso, estavam dispostos a guerrear contra os nortistas. Com isso, as tropas do sul deram início à guerra civil com a invasão feita ao forte Sumter, em 1861. Observando as potencialidades de cada um dos lados do conflito, a capacidade bélica e militar dos nortistas era visivelmente superior. A grande maioria da população vivia nos estados do norte e a região tinha um número superior de indústrias bélicas voltadas para o conflito.
 


De fato, a grande diferença tecnológica entre os dois lados foi decisiva para que os “yankees” (norte) vencessem os “confederados” (sul). A inserção dos fuzis de repetição e o uso dos navios encouraçados foram cruciais nas derrotas e bloqueios militares sofridos pelas forças sulistas. Além disso, a tecnologia de informação, com o uso do telégrafo, permitia que o comando das tropas yankees pudesse reorganizar rapidamente as várias frentes de batalha.


No plano político, o governo do norte procurou utilizar de sua autoridade para interferir nos destinos tomados pela guerra. Dessa forma, o governo yankee aboliu a escravidão com o objectivo de desestabilizar os sulistas com o levante dos escravos e, ao mesmo tempo, atrair a simpatia das nações europeias. Com esse conjunto de acções, os nortistas conseguiram vencer o conflito, assim o general Lee admitiu a derrota sulista ao assinar a rendição dos exércitos confederados, em 9 de Abril de 1865.


Com o fim do conflito, que deixou cerca de 600 mil mortos, o projecto industrial e desenvolvimentista do norte conseguiu se sagrar com maior facilidade. Nos estados sulistas, vários políticos yankees se elegeram com o apoio dado pela população de ex-escravos. No entanto, a questão racial seria um problema mal resolvido, pois a população negra não foi efectivamente inserida na sociedade e sofreu com os grupos racistas do sul.


Refugiados
Após a derrota e a recessão político-económica que se seguiu no Sul, muitos confederados migraram para outras regiões dos Estados Unidos (primariamente, para o Norte e o Oeste americano). Os Estados confederados em conjunto (com excepção da Florida e do Texas) sofreram em conjunto um decréscimo populacional de cerca de 300 mil habitantes na década de 1870, 450 mil na década de 1880 e 550 mil na década de 1890. Muitos dos confederados que abandonaram o Sul americano emigraram para outros países, entre eles o Brasil, buscando fugir não somente da recessão económica, bem como da perseguição e discriminação que se seguiu contra a população confederada. Essa fuga consistiu no maior êxodo populacional da história dos Estados Unidos.


domingo, 28 de novembro de 2010

Crise Demográfica


Para começar, sabes o que é uma crise demográfica? Não? Vou te dizer, uma crise demográfica é uma queda brusca da população provocada pela violenta elevação da taxa de  mortalidade acompanhada de um recuo da natalidade. É geralmente de curta duração, durando um pouco mais ou um pouco menos que um ano. Percebeste agora?


Pois bem... Todas estas mortes não são súbitas!! Claro que não, há motivos e vamos falar sobre alguns deles, iremos falar sobre as crises demográficas no contexto do século XVII na Europa, que eram causadas por surtos de fomes e/ou epidemias e também por guerras, você irá ver como isto tudo está relacionado!

Como podes ver nas imagens, a morte anda muito presente na população.

 O MODELO DEMOGRÁFICO ANTIGO

O que distingue a demografia da Europa pré-industrial é uma
 elevada mortalidade. A morte ceifava sobretudo os mais jovens.
 Seriam necessários dois nascimentos para produzir um adulto,
segundo P. Goubert. Mas a natalidade era igualmente alta, prevalecendo
 a mortalidade, assim quando não haviam crises demográficas havia um
 ligeiro crecimento da população.

                                            

              No próximo post falaremos um pouco mais do   
              Antigo Regime Demográfico, do SÉCULO XVII.
              Então continua por aí!

Século XVII - Europa

Causas de uma crise demográfica:


  • Alterações climáticas que conduziam a maus anos agrícolas
  • Diminuição da produção agrícola
  • Aumento do preço dos bens essênciais
  • Crises de subsistência
  • Epidemias
  • Guerras








Resumindo, embaralhando e concluindo...


   No século XVII, a época pré-industrial, foi marcada pela pobreza, grande debilidade tecnológica e uma base agrícola debilitada.         
   As guerras e alterações climáticas afectavam a agricultura, o clima que alterava constantemente com  invernos rigorosos, que alagavam os campos ou com verões muito secos, os quais arruinava-os. As guerras para além de destruir os campos, reduzia a mão-de-obra e aumentava as dificuldades económicas devido à destruição das colheitas. Com esta redução na produção, o  preço de bens aumentava, vindo a existir deste modo, crises de subsistência/fomes.



A fome enfraquecia a saúde, deixando assim o corpo vulnerável à doenças, e as doenças e surtos de epidemias levavam à morte e alastravam-se facilmente através dos esfomeados que percorriam de região em região em busca de alimento, e dos precários cuidados de higiene.                                            .                                                                                         (A imagem acima retrata o surto da peste negra).